segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Desabafo sobre o amor...

É tão difícil falar sobre o amor. Até porque chega a ser difícil saber quando a gente realmente o sente. O amor é um sentimento conquistado diariamente, através da convivência, dos bons e maus momentos, das lembranças...
Pelo menos foi assim que três seres me conquistaram, meus cachorros. A Bianca, uma poodle, chegou primeiro. Ela é o meu exemplo mais claro, e vivo, de que o amor é conquistado aos poucos.

Bianca escolheu a minha mãe, pq eu mesma não fui vê-la, estava na escola. Minha mãe disse que ela parecia uma bolinha de pêlos brancos. eu morria de medo de cachorro naquela época e ganhei a Bianca devido a minha vontade de superar esse trauma e também reconciliação dos meus pais depois de uma briga. Ela é um símbolo do amor.

Então, um dia a Bianca teve 4 filhotes. Eu e minha mãe imploramos pro meu pai nos deixar ficar com um filhote, pq afinal era filho da Bianca. E meu pai concordou. Meu pai, o cara que nunca foi uma pessoa apaixonada por cachorro, teria duas poodles em casa. Então a Belly nasceu, parecia um ratinho branco de laboratório. Ela lembrava o Pink e o Cerébro. Gordinha, não andava, se arrastava e queria todas as tetas da Bianca pra ela.

Um tempinho de pois, minha madrinha nos disse que tinha um fila brasileiro com ela e meu pai ficou interessado, pois na época nós tínhamos uma loja e meu pai queria um cachorro pra poder tomar conta do lugar, já que nem era na nossa cidade. Foi então que o Bin veio pra cá. Bin é sim de Osama Bin Laden, mas ele se chamava só Bin Laden e eu odiei esse nome. Achava terrível colocar o nome de um maluco sem noção no cachorro, queria ter mudado pra bingo, mas não rolou e ficou só Bin. Agora eu já me acostumei com esse nome.
O Bin veio aqui pra casa dos meus pais novinho, quase um filhote. a Bianca botou moral pra cima dele, afinal a casa era dela primeiro, então é ela quem manda. O Bin obedeceu, abaixou a cabeça e enfiou o rabo entre as pernas.
Eu morria de medo dele. O meu medo de cachorro havia sido superado, mas só os de pequeno e médio porte, o Bin é enorme. Tipo mais alto que eu em pé e eu tenho 1,65.
Tenho muitas lembranças desse cachorro, tantas que eu poderia ficar dias escrevendo sobre as histórias, como quando ele pulou o portão do canil quando viu meu irmão chegando.

O Bin é o nosso Marley, do livro 'Marley e Eu', que eu chorei horrores por sinal. E eu tô chorando horrores hoje, agora.
Há algum tempo nosso cachorro começou a demonstrar um comportamento anormal, chorando muito e urinando sangue. Nossa, faz um tempão que o assunto 'veterinário' é citado aos domingos, durante o almoço familiar.

Bin foi detectado com infecção urinária e vários outros problemas. Castramos ele recentemente...ainda virgem! E mesmo assim ele não tem apresentado muitas melhoras..~.
Então hoje minha mãe aparece na porta do meu quarto, com os olhos mareados, dizendo que está com medo do que posso acontecer amanhã na consulta com o veterinário e eu comecei a falar que nada de ruim vai acontecer, mas lá dentro de mim uma voz falava 'já era Camila, vc tá perdendo seu cachorro. O cachorro que dormiu embaixo da sua janela por 8 anos. Que te protegeu por noites a fio, que te alertou quando algum estranho passava de madrugada na rua...'. Eu não quero ouvir essa voz, eu quero ser otimista, quero acreditar que meu cachorro viverá por muitos 8 anos ainda. Que ele só se vai quando eu for. Assim como eu não quero perder meus pais, irmãos e minhas poodles, eu não quero perder meu fila. O cachorro que me recepciona com barulhos estrondosos quando eu chego na sexta-feira para passar o final de semana em São José. O cachorro que me dá a patinha (mesmo ela sendo do tamanho das minhas mãos) quando eu tenho um pedaço de pão nas mãos.

Há tempos eu não perco pessoas queridas, há tempos eu não vou em velório e enterro, há tempos que a morte não faz parte de uns dias da minha vida. Então, Deus, por favor, não leva meu cachorro embora da minha vida, mas por favor, faça-o parar de sofrer. Por favor! Eu sou aquela pessoa que salva o que, 95 animais do abatimento por ano...Mas esse ano, eu quero salvar um em especial, não do abatimento, mas da não permanência em meu cotidiano, meu e da minha família.
Todos aqui em casa estão mal, a Bianca e a Belly já percebem o que se passa, meu pai está muito pra baixo...e mesmo cansado ele não desiste. Que o meu cachorro, Bin, não desista, pq a gnt nunca vai desistir dele.

Se alguém ler isso, eu peço: interceda pela vida do meu cachorro. Não por mim, mas por ele mesmo. Mesmo sem você conhece-lo, interceda da sua maneira pela vida do meu cachorro. Ele merece viver, merece correr pelo corredor, não urinar sangue, não ter dores...Ele me protege, nos dá amor...Cachorro é tudo de bom, o Bin é tudo de bom.

BIN, EU TE AMO!

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